domingo, 24 de abril de 2011

Bom perdão

 - Pra que usar da palavra
seu tom mais abusivo
me deixando sem força por algo que não fiz...
Pra que entender toda essa ranhura
que a sóbria pele em fúria, pendurou o orgulho mais doce no fim.

Pois venha, me tire em fogo o gozo da situação
machuco meu ódio em troca de salvação
nos braços de quem tem minha vida na palma das mãos.

Ah, então desfaça todo o cenário da luta
retire a tua dura voz, o drama, a fama, na cama
e abra a vida em sete cores, em êxtase, sem perguntar
se um dia tal prazer se esconderá em temor
de sofrer por amor.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Palpite

Contemplei toda a dimensão de um céu com seu fundo laranja. Redigi em pensamento palavras que em  descrição, somente, parecessem invejáveis. Afinal, nossa percepção requer muito da aparência das coisas.

Assim como te dizem que existe alguém velho, barbudo e com o poder da criação te vigiando e espreitando seus caminhos, há pessoas que ironizam a obediência de outras por tal comportamento em relação à essa cultura ideológica. Como? Algumas sentido-se sozinhas e perdidas; Outras compreendendo fatos que, particularmente, concordo.

Vejamos os lados que praticamente criam uma guerra de verdades, poluindo e criando receio sobre a tão importante intuição.

Por uma lado, há quem diga que somos filhos. Há também os que digam que viemos do barro. Alguns que jurem que surgimos de uma simples ordem. Entre muitas versões, todas agregam seus direcionamentos para um único ícone de sustentação. Sim, Ele. Porém não se engane com a palavra, que entre seus milhões de sentidos inventados para uso de diferentes crenças, perdeu-se na mesma guerra de que falo. Ela apenas representa o quão vasto é o universo da diferença entre representações de alguém que precisa de "companhia" ou razão, para o que quer que seja. Pois para muitos que assim pensam, a pergunta: "De onde viemos?" não possui outra resposta senão aquela que sustente sua compreensão. E como sabemos, essa resposta ganha o mesmo nome da tão pronunciada palavra.



Ah... quantas vidas e anos esse ideal custou para se estabelecer. O conceito "Deus" e sua origem tem início desde que o homem e sua ignorância desconfiada ergueram a classe dominante do planeta. Participando de incontáveis conflitos em que a dualidade de opiniões sobre esse novo ser que ganhava vida foi multiplicada, foi criado um sujeito, com uma referência e uma razão, para resumir a grande questão que ninguém saberia responder: aquela velha pergunta. Mas o que não esperávamos é que, dependendo do onde uma criança nasça hoje, talvez ela não possa se fazer a mesma pergunta não respondida por toda a humanidade.A pergunta que ao dormir e acordar, você sabe que ainda não está esclarecida. Todos sabem do grau de que falo. É o grau de profundeza que essa dualidade poluída criou e se espalhou pela civilização. Um exemplo mais claro, é um pai que não permite que a filha se envolva com outra criança, pois ela pertence a outra RELIGIÃO.

Pronto. Toquei na ferida. Para os que provavelmente já viram essa palavra oculta entre o texto acima sabem que é isso é uma verdade inegável. A complexa e ao mesmo tempo simples pergunta que pode criar um império de especulações e "verdades" deixou ao o homem uma forte afirmação: Somos tão frágeis à um pensamento, que somos feitos do próprio. Por favor. Se você me puder provar o contrário, governe o mundo.

Poderia citar mais de 10 exemplos do que falo. Mas sei que não seria digno de nenhum reforço para minhas citações, pois cada um que aqui leu esses parágrafos e pensamentos de alguém que gosta de desafiar um horizonte sabe de muitos outros. Afinal, cada um constrói sua própria verdade.




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"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo."





sexta-feira, 19 de março de 2010

O quê nos faz pensar.

Sem horizonte não se cria esperança. Até porque esta mesma não existiria sem algum rumo. E até a mais singela e randômica atitude não faz parte desses aspectos. O por quê? Porque somos feitos do que sentimos, e a melhor viagem seria aquela em que a terceira afirmação acontecesse.
Se tudo nos resultasse como insulto ou aviso, entenda como quiser, ainda estaríamos no âmago de ser chamados de súditos e hipócritas, nos atrelando à verdade mais mentirosa que alguém já pôde inventar. Temos a sorte de sabermos que a essa mesma palavra é o produto do nossa vontade, e nada mais. Temos o próprio sentido de julgar nossos olhos, nossas conexões, nossa vivência. Só quem sabe o quanto é ruim viver de certeza, pode dizer o quanto é bom sonhar em sua própria ilusão. Outros poderão ter diversas contravenções, cólera interna, suportes que as apóiem as dêem força, mas, afinal, quem é o dono da intuição? Poderia supor que existem milhares de respostas, mas que nenhuma, de fato, é verdadeira. Isso me faz pensar no amanhã. No agora. Em todas as minhas crenças. Em tudo que sinto.


"Penso... Logo existo."
René Descartes

terça-feira, 2 de março de 2010

...

Ele foi introduzido à um mundo cheio de interpretações.
Quando abriu os olhos, um suor quente e prazeiroso correu por seu corpo, com a nobre sensação da euforia lhe dando o papel de ser feliz com o que sentia.
O intuitivo era apenas um lembrete. A sorte, seu maior ícone de sucessão. A estética, um guia para se introzar, e o corpo, o meio para sentir-se.
Foi alí que viu, depois de décadas, que o tom da audição não soava como comum, que as indecencias eram coisas normais, que seus próprios desejos nunca foram saciados e que a razão fora sua única inimiga. Morreu frio e desatento.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Um dia

"Tal dia será aquele
O qual sua saudade fraqueje
Teu suor recaia em alívio
E tuas mãos num simples encaixo

À margem de mil luzes
Vindas de um quadro amarelo brilhante
Que declarem sua crua imagem
e que me mostrem do que sou feito

Tal dia será aquele
Em que teu sorriso seja o farol matinal
que me cegue de tanta besteira acumulada
e que me dê novos olhos, saudáveis

Tal dia será esse."

quinta-feira, 26 de novembro de 2009